XM20 - Acidente de trânsito com morte envolvendo carro da Tesla tem alguns culpados. Um deles é a IA
Pela primeira vez, a companhia de carros autônomos sentou-se no banco do réus e sofreu uma derrota inédita em um processo que começou seis anos antes
Na edição anterior:
XM 19 - Recorde de separações impulsionam um novo mercado: as festas de divórcio 💍🎉
Já vivemos sem IA
esperando a música tocar no rádio para colocar a fita para gravar. Sofremos enquanto a plaquinha do MSN não subia. Disparamos torpedo para os amigos. Até esperamos dar meia noite para conectar. Pobre da nova geração que vai achar que tudo de bom na vida é feito com IA.
— Renan França
PRIMEIRO GOLE
NO PRIMEIRO DOMINGO de abril, Elon Musk fez do Brasil o palco de uma das suas mais recentes polêmicas, ao disparar contra Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), e descumprir decisões sobre a remoção de conteúdos e contas na plataforma. ⚖️
Se o mês já havia começado quente para Musk, os dias anteriores também prometiam ser turbulentos. Dessa vez, porém, no mercado doméstico de outra empresa do seu portfólio, a americana Tesla.
Isso porque, pela primeira vez, a companhia de carros autônomos sentou-se no banco do réus e sofreu uma derrota inédita em um processo que começou seis anos antes.
VOLTANDO NO TEMPO. Em 2018, o engenheiro Walter Huang morreu quando seu carro, um Model X, da Tesla, colidiu com uma barreira na Highway 101, na Califórnia, enquanto usava o Autopilot, sistema de direção assistida da montadora.
Desde então, a família de Huang processou a Tesla por homicídio culposo.
Em 2020, o Conselho Nacional de Segurança nos Transportes investigou o acidente e revelou que a IA da Tesla era, no mínimo, parcialmente culpada pela colisão.
Somada a ela, poderia ser contabilizada uma possível distração do motorista. O que foi decisivo neste caso, porém, foi a argumentação dos advogados.
No processo, foram usadas mensagens de marketing da Tesla e do próprio Musk sugerindo que o piloto automático garantiria a segurança do motorista sem a necessidade de prestar atenção ou até mesmo de manter as mãos no volante; 🖐️
Além disso, há documentos em que a empresa afirma que a Tesla tinha conhecimento de que o piloto automático tinha falhas;
Com uma possível derrota no tribunal e a abertura de um precedente de culpa, a Tesla propôs um acordo para encerrar o caso.
Pela primeira vez, a companhia de Musk não venceu um processo em que seu sistema comandado por IA estava sob acusação.
Um debate complexo sobre de quem é a responsabilidade
A RESPONSABILIDADE LEGAL e ética da inteligência artificial, especialmente em casos em que sistemas como o Autopilot da Tesla falham, suscita um debate: até que ponto os fabricantes desses veículos são responsáveis pelos erros de seus sistemas autônomos?
Quando ocorre um acidente fatal, a linha entre a responsabilidade do usuário e do fabricante torna-se nebulosa, trazendo à tona questões importantes sobre a confiabilidade da tecnologia de IA e as expectativas que são colocadas sobre ela.
Se um sistema é vendido como sendo capaz de realizar tarefas de condução sem a intervenção humana, mas falha ao fazer isso, os fabricantes podem ser considerados responsáveis por não atenderem aos padrões de segurança?
RELATÓRIO COMPLETO. Desde 2013, o site Tesla Deaths compila acidentes com carros da empresa. Em janeiro de 2016, na China, segundo o levantamento, ocorreu a primeira morte em que o motorista usava o Autopilot. Quatro meses depois, nos EUA, houve o primeiro caso fatal em solo norte-americano.
Desde então, foram mais 42 mortes.
Do ponto de vista ético, especialistas argumentam que os desenvolvedores de IA têm a obrigação de garantir que seus sistemas sejam seguros e transparentes. 🛡️
Opiniões de especialistas em direito reforçam que a legislação atual pode precisar evoluir para abordar os desafios trazidos pela IA.
Isso inclui a criação de novas leis, formatação de diretrizes mais claras sobre testes, responsabilidades e compensações em casos de falhas.
IBM abandonou projeto de IA com reconhecimento facial. Mas…
UM CASO NOTÁVEL de uma empresa que implementou mudanças significativas na segurança e ética de seus sistemas de IA é o da IBM.
Em 2020, motivada por preocupações éticas sobre como essa tecnologia poderia ser usada para vigilância em massa, perfil racial e outras violações dos direitos humanos, a empresa pediu ao Congresso dos Estados Unidos que implementasse novas regulamentações.
Após levar o caso ao Congresso, a empresa decidiu abandonar o projeto, afirmando que vigilância em massa ia contra os valores da companhia.
Mas, em 2023, a empresa divulgou que retomaria o projeto, no Reino Unido, para desenvolver uma plataforma nacional de biometria que vai oferecer reconhecimento facial para autoridades de imigração e aplicação da lei.
O caso é mais um lembrete incômodo de que, mesmo em empresas que publicamente se comprometem com altos padrões de responsabilidade social e ética, decisões financeiramente vantajosas podem ainda assim prevalecer, às vezes à custa de compromissos éticos previamente estabelecidos.
A discussão sobre ética e IA, portanto, é mais pertinente do que nunca, demandando uma atenção constante para assegurar que a inovação tecnológica avance de forma responsável e justa.
NA VITRINE
O celular chato é a cura para nossa atenção
A HDM GLOBAL, responsável pela produção dos celulares Nokia desde 2016, revelou um novo modelo chamado ‘Boring Phone’, criado em colaboração com as marcas Heineken e a Bodega.
O celular possui características que lembram os aparelhos antigos, como uma tela dobrável, uma câmera VGA, o jogo da cobrinha ❤️ e um rádio FM. Sua disponibilidade será limitada, com apenas 5000 unidades produzidas, sendo parte de promoções futuras da Heineken.
O objetivo, claro, é incentivar um equilíbrio saudável entre o mundo digital e as interações pessoais.
(Campanha de 0’15’’ no Youtube em dois links — aqui e aqui)
ENTRADINHA
📷 A câmera que ficou tão popular no TikTok que esgotou (o boom dos produtos analógicos…)
🏢 As pérolas que fazem parte do mundo corporativo (impossível não se identificar)
💲 Quanto ganha um CEO? Veja os salários dos C-Levels (é grana hein?!)
💳 Os melhores cartões de crédito para ganhar milhas (webstory para ver no seu tempo)
👒 Google lança ferramenta de "Tinder para roupas" (preparado para o match fashion?)
🎓 Listão de cursos gratuitos para melhorar o seu LinkedIn (sempre bom, né)
Empresas se declaram “AI-First”, mas poucas vão além do básico do ChatGPT
Do Web Summit Rio
INTERNET DAS COISAS, Cloud, Blockchain. À medida que o tempo passa, o holofote do principal termo de tecnologia se altera. Chegou a vez das luzes estarem apontadas para a Inteligência Artificial (IA).
Apesar do conceito não ser novo — tem sido estudado desde os anos 1940 —, IA vem dominando as rodas de conversas tech nos últimos semestres, principalmente após o lançamento do ChatGPT 3, pela Open AI em 2022.
Não seria diferente no Web Summit Rio, edição brasileira do maior evento de tecnologia e inovação do mundo.
O local foi onde o diretor de tecnologia do Nubank Vitor Olivier, afirmou que a companhia agora é “AI-First”. 🤖
Pela escala e operação da empresa, é mais do que provável que a companhia de fato opere em suas mais variadas frentes utilizando inteligência artificial.
Também sou “AI First”. O que ocorre porém, é que o hype sobre o tema é tanto, que companhias estão adotando um certo posicionamento “AI-First”…
Mas, durante o Web Summit, quando palestrantes foram perguntados sobre exemplos de uso ou aplicação de AI, a maior parte acaba citando exemplos mais tradicionais, como a produção de conteúdo.
Já quando as perguntas se referiam ao uso da tecnologia para vender mais, grande parte das menções são atribuídas aos robôs de atendimento, que geralmente fazem o primeiro contato em sites e apps, antes de passar um contato humano.
Diretores das empresas não sabem o que fazer com IA, segundo levantamento
O PRESIDENTE da IBM Brasil, Marcelo Braga, revelou no evento que uma pesquisa realizada pela companhia mostrou que 50% dos diretores das empresas no país estão sendo pressionados a desenvolverem projetos com AI. Só que 38% dos que afirmam isso, dizem que não sabem por onde começar. 🤷
Para quem acompanhou as palestras que abordaram o tema de IA no evento, ficou nítido que um dos aspectos menos explorados, mas altamente promissores da IA é sua capacidade generativa.
Ou seja…
Enquanto muitas empresas estão se concentrando em algoritmos de aprendizado de máquina para análise de dados ou automação de processos, poucas estão explorando o potencial criativo da IA.
Quem foi atrás de respostas nas palestras do Web Summit, saiu com a sensação de que ainda estamos simplesmente arranhando a superfície da IA generativa. 🔍
EMBRULHA PARA VIAGEM
💼 A FAMA NO TIKTOK pode trazer problemas para os negócios, como destacado pelo New York Times no caso da sorveteria e bar de vinho Folderol, em Paris. A loja começou a atrair multidões após se tornar popular no TikTok, mas os clientes estavam mais interessados em tirar selfies do que em consumir os produtos. Isso causou problemas como desperdício de comida, filas e furto de itens. Para lidar com a situação, os donos reduziram o número de copos de vinho disponíveis, proibiram a entrada de clientes e chegaram até a contratar seguranças para lidar com o público. (Por The Takeout, em inglês, no link)
💉 ENQUANTO AQUI NO BRASIL o Ozempic tem feito muito sucesso entre pessoas que desejam emagrecer, na Dinamarca, a produção do medicamento está alterando a rotina da pequena cidade Kalundborg, de 17 mil moradores. A Nova Nordisk, fabricante do remédio, vai investir 60 milhões de coroas suecas (28 milhões de reais) para expandir a produção, contratando 1.250 pessoas para dar conta do aumento. O crescimento está estimulando a infraestrutura local, incluindo expansões rodoviárias e novas construções, e atraindo mais interesse imobiliário. Além disso, universidades locais estão lançando cursos de biotecnologia para apoiar a demanda por trabalhadores qualificados. (Por O Globo, no link)
📑 UM ESTUDO ENVOLVENDO 80 mil currículos fictícios enviados para grandes empresas revelou uma discriminação racial significativa, com candidatos brancos sendo contatados quase 10% mais frequentemente do que candidatos negros. Cerca de 20% das empresas, principalmente varejistas e concessionárias de automóveis, contribuíram para quase metade dessa disparidade. A pesquisa, realizada entre 2019 e 2021, incluiu nomes de candidatos manipulados para indicar raça e gênero, evidenciando um viés persistente que afeta as oportunidades de emprego. Apesar de algumas empresas não mostrarem discriminação, o estudo destacou práticas corporativas enraizadas que favorecem candidatos brancos. (Por Info Money link)
✊🏼 APÓS PROTESTOS contra a parceria com o governo israelense, o Google demitiu cerca de 50 funcionários. Os protestos ocorreram em Nova York e Califórnia, organizados pelo grupo No Tech for Apartheid. A empresa enfrenta críticas por seu envolvimento no Projeto Nimbus, com contrato de US$ 1,2 bilhão com o governo israelense. As demissões levantam questões sobre os limites da dissidência política no local de trabalho e a proteção dos funcionários. O Google alega que os demitidos estavam envolvidos em atividades disruptivas, enquanto os manifestantes afirmam o contrário. (Por Fast Company, em inglês, no link)
🤳 O ATOR ANDREW McFarlane, conhecido pelo seu papel em "Eu, a Patroa e as Crianças", usou uma estratégia semelhante à do colega Vincent Martella, de "Todo Mundo Odeia o Chris", ao postar uma foto no Instagram com uma camiseta voltada para os fãs brasileiros, aumentando seu número de seguidores de 72 mil para 400 mil. A prática de atrair engajamento brasileiro não é exclusiva de subcelebridades, mas também inclui figuras famosas como Khloé Kardashian, que buscou votos para um prêmio. O engajamento brasileiro é valorizado pela sua intensidade e foco, resultando em números expressivos nas redes sociais. (Por Piauí, no link)
SOBREMESA EM NÚMEROS
A PESQUISA GLOBAL mais recente da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética descobriu que o número de procedimentos cosméticos não cirúrgicos aumentou 57,8%, de ~11,9 milhões em 2018 para ~17,6 milhões em 2022. E há um grupo demográfico em particular que impulsiona a tendência: os jovens. Antes mesmo de suas rugas se formarem, a geração Y e a geração Z estão recorrendo aos cirurgiões plásticos para congelar o tempo.
UMA IMAGEM DE GORJETA
A casa flutuante de "Up - Altas aventuras". A popular animação da Pixar criou a icônica imagem de uma casinha que sobe aos céus puxada por uma infinidade de balões. A residência "voadora" de Carl foi recriada em detalhes (tanto na decoração interna quanto nos oito mil balões) para esta experiência, em Abiquiu, no estado do Novo México (EUA). (Link para a página do Airbnb)
CONTA PARA MIM!
Ajudem as vítimas das chuva no Rio Grande do Sul
Eu sempre uso esse espaço para pedir indicações, mas hoje o espaço é para compartilhar solidariedade. O site paraquemdoar.com.br reúne várias iniciativas de amparo aos amigos do Sul. Se puder, entre lá e confira qual combina mais com você!