XM 1 - Influencers ajudam no voto? As marcas querem artistas longe do debate
A lista de artistas que resolveram se posicionar antes da eleição presidencial foi crescendo ao longo dos meses. Mas, afinal, é isso que as marcas querem?
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PRIMEIRO GOLE
ISENTÕES? A lista de artistas que resolveram se posicionar antes da eleição presidencial foi crescendo ao longo dos meses.
Anitta, Boca Rosa, Gustavo Lima, Ivete Sangalo, Neymar, Gilberto Gil, Zezé Di Camargo e outras personalidades escolheram um lado político na disputa presidencial.
Antes de entender se “lacrar” politicamente dá lucro ou se pode afastar as marcas…
… é importante analisar o potencial de um influencer em realmente ajudar um candidato a ser eleito 🗳️.
Em abril, artistas resolveram se engajar na campanha para jovens de até 17 anos tirarem o título de eleitor. Apelidado de “Efeito Anitta” (sempre ela), já que a cantora capitaneou a iniciativa, o TSE viu crescer em 31% o número de registros após o movimento ser criado.
Para Felipe Nunes, diretor da Quaest Pesquisa e Consultoria, que criou o Índice de Popularidade Digital (IPD), não é tão clara assim a função “puxadora de voto”. No caso da Anitta, que declarou voto no Lula, isso ocorre porque:
Mobilização x persuasão: a cantora tem uma capacidade gigantesca de mobilizar pessoas. Mas, no caso do voto, ela consegue influenciar quem já está propenso a escolher o candidato dela a ir votar.
Voltando ao debate das marcas e da grana… 💰
O fato é que, meses antes, alguns influenciadores se queixaram que estava mais difícil fechar ações publicitárias, principalmente após terem declarado apoio a Lula.
OS “PUBLIS” SECARAM para eles:
o YouTuber Felipe Neto
a cantora Luísa Sonza
a DJ Dra. Deolane
a atriz Antônia Fontenelle
Não que o quarteto esteja passando sufoco, mas se estima que ao menos 20% dos contratos assinados com influenciadores incluem cláusulas que proíbem que artistas tenham qualquer posicionamento político público.
Pior para quem?
Há alguns meses, a empresária Fátima Pissarra, que representa figuras como a própria Luísa Sonza, Pabllo Vittar, Gil do Vigor e Gkay, disse que o cenário ficou pior para quem apoiava o PT. Embora incentive seus artistas a se manifestarem politicamente — seja à esquerda, seja à direita — ela também trabalha com artistas tachados de “isentões”, por evitarem se posicionar nessa seara, caso de Claudia Leitte e Luan Santana.
*ANÁLISE* - A ISTOÉ Gente conversou com Higor Gonçalves, jornalista especializado em gestão estratégica de imagem e marca pessoal, que declarou:
“Existem prós e contras em se posicionar politicamente. Quando um artista apoia uma ideologia ele associa sua imagem àquela visão de mundo. A História está repleta de casos de artistas que comprometeram suas biografias ao expressarem apoio público a regimes, governantes ou a doutrinas político-partidárias”.
Arrematando 🔨
“Quanto maior a audiência do artista, mais chance ele tem de perder porque fala com públicos amplos com visões diferentes” — afirma Higor.
NA VITRINE
UM VAMPIRO VEGANO troca o hábito de beber sangue humano para consumir ketchup e ainda faz campanha para outros vamps se juntarem à causa.
Afinal, como diz o vampirinho, os humanos podem ser boas pessoas.
Com um humor afiado, a Heinz acerta em cheio na campanha de relançamento da edição limitada do ketchup “Tomato Blood”, nos EUA, para as festas de Halloween. A interpretação é do tiktoker E.J. Marcus.
(Vídeo da campanha de 1'30’‘ em inglês)
ENTRADINHA
🖥️ WhatsApp: agora é possível criar links para chamadas de vídeo (seria o ZapZoom?)
⚽ ‘Panini criou um monstro’: a agitação que as figurinhas da Copa causam no Brasil e na América Latina (By the way, quem tiver para trocar mande inbox!)
🛒 O que os brasileiros mais compram online (Spoiler: roupas e sapatos em segundo lugar)
🧸 (Em inglês) 10 desenhos animados criados só para vender produtos (impossível não ter caído no merchan)
🎮 EA Sports traz ‘Ted Lasso’ e AFC Richmond para ‘FIFA 23 (crossover incrível para os fãs da série da Apple e os 'fifeiros’
PRATO PRINCIPAL
1) PANTA-MARKETING
Cena da novela Pantanal, da TV Globo (Reprodução)
QUE A NOVELA PANTANAL 🐯 é sucesso de audiência, ninguém tem dúvida. Até no bar da esquina os capítulos do folhetim viraram assunto.
O interesse, claro, fez as marcas investirem em inserções publicitárias na novela.
Um passo atrás: esse tipo de ação se chama product placement, estratégia baseada na introdução natural de marcas, e seus produtos, em conteúdos de entretenimento.
Quem assistia a novela Malhação nos anos 2000 (alô, millennials!) deve se lembrar de cenas em que os atores revelavam, por exemplo, a preferência por uma marca e logo, em seguida, mostravam o produto na câmera e soltavam: “Eu uso shampoo Garnier” 🧴. Era um tanto tosco.
Pois é…
O negócio evoluiu e, de certa forma, o que é para ser natural ficou realmente mais natural. Mas, não sei você… Parece que ainda falta algo. Na inserção da Vivo em Pantanal, por exemplo, há uma exposição, ainda que muito menor do que antes, que cruza o limite da naturalidade.
Dos EUA, em que o primeiro registro de product placement ocorreu em 1919, vêm alguns dos melhores exemplos.
Em 1980, a marca de chocolates Hershey’s pagou milhares de dólares para colocar o seu pacote de balas Reese’s Pieces nas cenas do filme E.T O Extraterreste. 👽 Na cena, a “pista” para o público desvendar a marca é mostrar apenas o pacote laranja da bala. O produto teve um aumento de 65% nas vendas.
2 - O SUCESSO (DAS MARCAS) DOS ANOS 80
Caloi Cross: sonho de consumo de 9 entre 10 jovens brasileiros dos anos 80 (Divulgação)
QUEM A VIVEU NÃO ESQUECE. Já quem não era nascido consegue ter uma ideia. A década de 80 protagonizou marcos históricos em diversas áreas: política, esporte, moda, música e tecnologia.
De olho no “revival” dos dez anos icônicos, a Caloi, empresa brasileira de bicicletas, com 124 anos de existência, acaba de relançar a icônica Caloi Cross Extra Light, modelo do tipo BMX que virou febre ao aparecer no filme E.T. O Extraterrestre
Entre parênteses: a produção da bike foi limitada a 500 unidades, sendo 250 vermelhas e 250 azuis. As vendas se esgotaram em menos de um dia. 😲
A viagem no tempo, no entanto, não se limita a produtos, mas a marcas também.
Voltaram para ficar? Se liga nos produtos/marcas dos anos 1980 que voltaram recentemente ao mercado brasileiro:
Mobilte (Fotos da versão elétrica no Instagram)
Gradiente
Mesbla (agora em um ecommerce)
Tênis Airwalk
Chocolate Lolo (ficou fora do mercado por 22 anos)
Fofolete (relançada pela Estrela)
Kichute (prepara a volta apostando em sneakers)
Boneca Moranguinho
Agora, se é para falar de sucesso…
…nenhum produto cultural comprova tão bem a retomada dos 80 quanto a série Stranger Things, da Netflix 🛹👩🏻🦰👾, ambientada naquele período.
O sucesso estrondoso da sua última temporada levou a cantora Kate Bush e a banda Metallica, que compõem a trilha sonora da trama, de volta às paradas de sucesso. Só com a reprodução de Running Up that Hill, Kate já faturou mais de 2 milhões de dólares nas semanas de exibição da temporada.
Conectando os pontos
A Bia Guarezi, estrategista digital de marcas, trouxe na edição #180 da excelente newsletter semanal Bits to Brands (se não é assinante, se inscreva que você vai curtir) uma reflexão sobre a “Cultura do Conforto”.
Cultura do conforto é o ato de perseguir memórias que despertam um senso familiar de alívio. Livros, filmes, seriados, músicas que você adora e que trazem um sentimento leve e agradável quando você os consome.
Prato cheio para uma marca explorar, né?
3 - ARTE ou FAKE ARTE?
Imagem criada por Inteligência Artificial
PICASSO, É VOCÊ? A imagem acima foi feita em 20 segundos pela ferramenta Dall-E. Para quem passou batido, a tecnologia é da startup OpenAI, que permite a criação de qualquer tipo de ilustração a partir de comandos simples dos usuários. Até fotos hiper-realistas podem ser criadas.
Já com a cabeça no hexa do Brasil, eu digitei: “Brazilian soccer player in a yellow T-shirt rises a trophy walking on Earth, digital art synth wave.”
A versão 2.0 chegou em junho com lista de espera. Mas, desde a última semana de setembro, é necessário apenas fazer login na página antes de começar a dar os primeiros inputs para máquina.
Importante: sempre quando falamos em I.A, é bom ter cautela com vieses envolvidos na programação da tecnologia por parte de humanos. Além disso, ainda é muito cedo para descartar o trabalho, por exemplo, de ilustradores e designers. O Dall-E, sobretudo, pode vir para potencializar a criação.
SOBREMESA EM NÚMEROS
EMBRULHA PARA VIAGEM
📱 5 de outubro: há 11 anos, morria Steve Jobs (matéria da Folha quando completou uma década da morte)
🗣️ Como dizer “oi” e “tchau” em 70 países (no francês, é a mesma palavras para os 2)
🎬 Marte Um é o escolhido do Brasil na corrida do Oscar 2023 (se não assistiu, veja. Filmão para deixar o coração quentinho)
🌏 5 extensões populares que na verdade são malwares (ó o perigo!)
📺 ‘Dahmer’: hit da Netflix expõe dilema perigoso de retratar assassinos (deve ou não dar visibilidade a criminosos reais na tela?)
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Renan França